O grupo que fez a Trilha Inca |
Na viagem que fizemos ao Peru em Maio e Junho de 2014, um dos motivos principais de a termos marcado, foi a de fazer a famosa Trilha Inca ou Caminho Inca com destino final na cidade de Machupicchu.
A Trilha Inca é uma parte da antiga estrada feita pelos incas que atravessa as montanhas acima do Rio Urubamba até chegar à cidade de Machupicchu, a "cidade perdida dos Incas".
Estas estradas feitas pelos incas e pavimentadas com pedras, ligavam Cusco a antiga capital do Império Inca, a todas as direções da América do Sul, com mais de 30 000 Km.
A Trilha Inca é o trekking mais famoso da América do Sul e considerada como uma das 5 melhores trilhas do mundo.
É uma experiência intensa e inesquecível.
A trilha que percorremos até Machupicchu inicia-se no kilómetro 82, Ollaytaytambo e durante quatro dias percorremos cerca de 45 Km pelas magníficas paisagens das montanhas do Peru, com zonas de floresta tropical e sub-tropical ao longo de impressionantes construções, ruínas e túneis incas.
O início da nossa Trilha Inca aconteceu no dia 2 de Junho quando cerca das 6 horas da manhã, o autocarro nos foi buscar ao hotel em Cusco e fomos até onde iríamos iniciar o tão desejado e ambicionado caminho, afinal de contas o que nos levou até ao Peru.
Chegados ao Km 82, tomamos o pequeno almoço em Ollaytaylambo num restaurante local e travamos um primeiro contacto com os nossos companheiros de aventura. Do nosso grupo faziam parte dois portugueses, três peruanos, uma mãe e dois filhos, cinco americanos e duas inglesas, éramos 12 no total. Tínhamos três guias, o Marco, o Carlos e o Julio e o resto do pessoal, os porteadores, que foram imprescindíveis para que tudo tivesse corrido na perfeição e se tenha tornado uma das melhores e inesquecíveis aventuras das nossas vidas.
Aí está o nosso primeiro contacto com o grupo que no final do caminho tinha legitimamente ganho o nome de La Familia.
La Familia |
Junto ao local do inicio da Trilha Inca |
Rio Urubamba |
Junto ao km 82, na fila à espera do carimbo no passaporte, para a entrada na Trilha Inca.
Atravessámos o rio Urubamba e estavamos a caminho das montanhas...
A aventura acabava de começar!
A caminho do início da Trilha Inca |
Ali do outro lado do rio já conseguimos observar as primeiras pessoas a iniciar a Trilha Inca...
Rio Urubamba |
A segunda foto de La Familia, do outro lado do rio, com apenas alguns metros de Trilha Inca debaixo dos pés. Estamos felizes!
La Familia |
A Trilha Inca clássica de quatro dias é a mais conhecida. Só é possível fazê-la através de uma agencia, devendo-se marcar com bastante antecedência uma vez que o numero de pessoas que são permitidas fazer a trilha por dia é limitado e controlado por autoridades do governo peruano. Para fazermos a trilha em Maio, em Novembro do ano anterior estávamos a reservá-la aqui.
No dia anterior à partida para a Trilha Inca reunimos na agência onde nos foi explicado como iriam decorrer as coisas, conselhos sobre o que levar e cuidados a ter.
Do staff faziam parte um cozinheiro, três guias e 12 "porteadores", pessoas que carregavam e montavam o acampamento para que quando chegássemos ao local de paragem pudéssemos ter comida e dormida preparadas.
Higiene das mãos à chegada a uma das paragem |
O staff da Nc Travel Cusco |
Cenas da vida na trilha |
A Trilha Inca
Por muitas fotos fantásticas que veja e reveja, em nenhuma é possivel retratar o que os nossos olhos veem e a nossa alma sente ao percorrer esta trilha, devido não só à sua beleza, bem como à dificuldade que constituiu subi-la.
O primeiro dia de caminhada foi "mais ou menos" fácil. O caminho não era muito inclinado e parámos muitas vezes para apreciar a paisagem e ruínas inca.
O segundo dia foi o mais difícil de todos de se fazer. Tivemos que caminhar/subir cerca de 12 Km de uma altitude de 3100 m para os 4250 metros, o "dead woman pass"!! Aqui senti bastante os efeitos da falta de oxigénio.
Lembro-me de caminhar poucos metros, subir, e ter que parar para poder recuperar, e estes 12 Km pareceram-me intermináveis. Fiquei exausta mesmo!
Com ar rarefeito é bastante dificil respirar e juntando ao esforço de subir ter que respirar tambem foi pior.
Parecíamos estar a subir os Himalaias, mas em momento algum pensei em desistir.
Claro que depois de subir e passar o "death woman pass" tivemos que descer. O "death woman pass" é o nome dado ao lugar com maior altitude a que chegamos durante esta trilha. E se a subida não é tarefa fácil, para algumas pessoas do meu grupo as descidas constituiam tarefas gigantescas.
Chegada ao "death woman pass"
4250 metros acima do nível do mar |
La Familia |
Depois de pasar o "death woman pass" é quase sempre para baixo |
No terceiro dia acordamos novamente cedo para uma longa caminhada de cerca de 15 Km com subidas e descidas, mas nada comparada à do dia anterior. Caminhamos até ás 18h da tarde mas paramos várias vezes pelo caminho para ver ruínas inca espetaculares e as explorarmos com ajuda do guia.
Chegados ao acampamento esta seria a última noite antes de alcançarmos a cidade de Machupicchu.
No último dia somos acordados cerca das 4 horas da manhã e começamos a caminhada de 8 Km ainda de noite, até que por volta das 7 horas chegamos a Machupicchu. Na reta final temos umas escadas muito íngremes que o guia diz para subirmos com bastante cuidado e que teríamos uma surpresa. Eu subi com bastante cuidado mesmo, mas por uma questão de segurança, mal imaginava eu que logo após a subida o tão desejado destino estava aos nossos olhos.
É inacreditável o que se sente quando finalmente vislumbramos o local, sensação magnífica de objetivo alcançado! Após quatro dias de trekking pelo meio das montanhas da Cordilheira dos Andes com sacrifício e dores, tudo faz sentido para depois nos encontrarmo na famosa "cidade perdida dos incas" Machupicchu.
Machupicchu
A cidade de Machupicchu foi descoberta em 1911 pelo explorador americano Hiram Bingham. Crê-se que tenha sido construída em meados do século XV pelo Inca Pachacútec. As ruínas estão situadas na ladeira este de Machupicchu em duas áreas distintas, a área agrícola e a área urbana perfeitamente distintas. A construção em geral foi feita com pedras e os tetos com troncos de árvores cobertos de palha. Desde Huaynapicchu situada em frente a Machupicchu, podemos observar uma prodigiosa vista panorâmica deste importante grupo de ruinas arqueológicas e do vale do Urubamba.
La Familia em Machupicchu |
Águas Calientes
Depois do primeiro dia em Machupicchu, vamos de autocarro para a cidade de Águas Calientes ou a " Cidade do Harry Potter", onde tínhamos um hotel reservado para no dia seguinte podermos novamente entrar em Machupicchu e subir a Huyanapicchu.
Águas Calientes é uma cidade fascinante, por onde circulam turistas de todos os cantos do mundo literalmente. A cidade é fervilhante de vida entre turistas e locais, a sua rua principal é atravessada pelo comboio e de ambos os lados deste caminho estão os inúmeros restaurantes e alojamentos que oferecem serviços aos visitantes.
Existe um mercado onde abundam os "recuerdos", gorros, mantas, aneis de prata, réplicas de ícones incas... enfim um sem número de produtos a tentar qualquer visitante. Claro que após um bom regateamento (obrigatório), se consegue trazer algumas peças interessantes.
Montanha Wyanapicchu
A montanha de Waynapicchu é uma montanha que está localizada ao lado de Machupicchu, com cerca de 2720 metros de altitude. Segundo os guias locais, no topo da montanha de Waynapicchu estava a residência do sumo sacerdote, que diariamente e antes do nascer do sol, descia até Machupicchu para assinalar a chegada de um novo dia.
Muito bem Margarida, fantástico...
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