AUSCHWITZ
No sul da Polónia, mais concretamente em Oswiecim (perto de Cracóvia), fica um dos lugares onde o homem foi capaz de cometer os crimes mais bárbaros que alguma imaginação pode "imaginar" contra o seu semelhante.
Lá situa-se o campo de concentração de Auschwitz que ficará para sempre associado ao Holocausto, Genocídeo e Terror cometido pelos alemães durante a II Guerra Mundial.
(Pode-se fazer a visita a Auschwitz por conta própria, indo de autocarro desde Cracóvia até Oswiecim e depois entrar e visitar os campos.
Nós optámos por comprar a visita a uma agência em Cracóvia Discover Krakow que nos levou até lá e onde tinham uma guia à nossa espera que fez toda a visita connosco e nos foi explicando tudo. Sem dúvida a melhor opção que fizemos!)
Desde que assumiu a liderança da Alemanha, Adolf Hitler com sua ideologia de ódio aos Judeus, à Democracia e a convicção de superioridade, proclamou a necessidade de exterminar alguns grupos indesejáveis da sociedade alemã.
Auschwitz não é um lugar divertido de se visitar, é no entanto imprescindível para conhecermos um dos momentos mais trágicos e horrendos da História do seculo XX e das atrocidades que um ser humano pode provocar ao seu semelhante.
Cerca de 1,5 milhões de pessoas morreram, em consequência da fome, trabalhos forçados, terror, execuções, péssimas condições de vida, doenças, epidemias, castigos, torturas e experiências médicas.
As instalações dos campos conservam-se em excelentes condições que nos permitem conhecer os antigos barracões, as câmaras de gás, os fornos crematórios e uma infinidade de objectos que foram retirados aos prisioneiros antes de os matar.
A excepcionalidade deste lugar deve-se ao facto de ser o único antigo campo conservado a um nível muito elevado do seu estado original.
Aqui temos terreno original, os objetos, ruínas e vestígios dos crimes do Holocausto e Genocídeo.
Encontram-se entre outros: terrenos com cinzas humanas, ruínas de câmaras e crematórios, lugares onde os médicos da SS realizavam seleções, caminhos por onde as pessoas eram levadas até ás câmaras de gás, lugares onde famílias inteiras esperavam pela morte, lugares de execuções, lugares de revolta de prisioneiros...
O Campo de Concentração de Auschwitz I foi inaugurado em Maio de 1940.
Um ano mais tarde era-o o campo de Concentração de Auschwitz II, em Birkenau a cerca de 3 Km do primeiro.
É no primeiro campo que encontramos os famosos portões de entrada com a frase “Arbeit Macht Frei” (o trabalho liberta), e com efeito o campo foi maioritariamente usado para utilizar o trabalho forçado dos prisioneiros, mas foi nele também que os nazis testaram a primeira câmara de gás, que matou cerca de 850 prisioneiros polacos e russos em Setembro de 1941.
De todos os prisioneiros que passaram por Auschwitz I apenas cerca de 300 conseguiram fugir enquanto aproximadamente 70 000 prisioneiros polacos e russos lá morreram.
O Campo de Concentração de Auschwitz II em Birkenau foi construído tendo como objectivo principal o extermínio! É este o campo onde mais se matou pessoas!
Em Birkenau surgiu assim o maior centro de extremínio em massa da Europa sob ocupação - câmaras de gás - onde os nazis assassinaram a maior parte dos judeus deportados para os campos.
Em Birkenau surgiu assim o maior centro de extremínio em massa da Europa sob ocupação - câmaras de gás - onde os nazis assassinaram a maior parte dos judeus deportados para os campos.
Este campo era equipado com cinco crematórios e câmaras de gás que podiam receber cerca de 2500 pessoas de cada vez.
As mortes em grande quantidade começaram a acontecer em 1942 em Birkenau onde morreram aproximadamente 1 milhão de judeus e 19 000 ciganos.
As mortes em grande quantidade começaram a acontecer em 1942 em Birkenau onde morreram aproximadamente 1 milhão de judeus e 19 000 ciganos.
Os prisioneiros chegavam ao campo nos vagões de carga do comboio depois de uma viagem de vários dias onde não lhes era dado de comer nem de beber, a seguir eram seleccionados.
Alguns iam directamente para as câmaras de gás enquanto outros iam para os outros campos para trabalhar ou para serem utilizados em experiências.
Quando o final da guerra se aproximou em 1944, os nazis destruíram as câmaras de gás e começaram a evacuar os campos numa tentativa de esconder aquilo que acontecia nas suas instalações.
Alguns iam directamente para as câmaras de gás enquanto outros iam para os outros campos para trabalhar ou para serem utilizados em experiências.
Quando o final da guerra se aproximou em 1944, os nazis destruíram as câmaras de gás e começaram a evacuar os campos numa tentativa de esconder aquilo que acontecia nas suas instalações.
Ruínas das Câmaras de Gás em Birkenau |
A 27 de Janeiro de 1945, aquando da libertação do campo o exército soviético libertou ainda cerca de 7500 prisioneiros.
Memorial de Auschwitz em Birkenau Local onde anualmente se fazem as cerimónias a 27 de Janeiro data da libertação dos campos |
É um lugar onde, e à medida que nos vamos aproximando, nos sentimos "gelar" perante a ideia da barbaridade, horror e atrocidades lá ocorridas. É um lugar triste e uma experiência marcante e que nos testa a todo o momento.
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Cerca de 2 toneladas de cabelo humano... uma das maiores e mais impressionantes provas dos crimes cometidos |
A CARTA
Em 1944 um judeu de origem grega, Marcer Nadjari escreveu uma carta enquanto estava preso no Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, que enterrou numa floresta ao lado do campo dentro de uma garrafa térmica.
Em 1980 essa carta foi descoberta por um estudante e esteve durante bastante tempo sem se conseguir ler a mensagem nela escrita devido ao avançado estado de degradação.
Em 2013 um investigador russo dedicou-lhe tempo e com a ajuda de técnicas de análise de imagem multiespectral possibilitou que cerca de 85 a 90% da mensagem possa ser lida.
Na Carta o autor vai descrevendo a vida no campo e aquilo que vivenciava diariamente.
Marcer Nadjari descreve como os seus colegas eram colocados como “sardinhas” e enfiados assim nas câmaras de gás pelos guardas alemães. Neste momento começava as suas funções.
“Depois de meia hora tínhamos que abrir as portas e o trabalho começava. Os corpos eram levados para os fornos crematórios, onde um ser humano ficava reduzido a 640 gr de cinza”
“Depois de meia hora tínhamos que abrir as portas e o trabalho começava. Os corpos eram levados para os fornos crematórios, onde um ser humano ficava reduzido a 640 gr de cinza”
“ Se lerem aquilo que fizemos vão questionar como foi possível enterrar os nossos amigos judeus, isso foi o que pensei ao inicio e penso muitas vezes”
“Sofremos aquilo que nenhum humano pode imaginar”
“Debaixo de um jardim há dois quartos subterrâneos no porão: um serve para despir os prisioneiros, o outro é uma câmara da morte”